Seminário Novas Letras aborda o candomblé no Sul da Bahia

A religião do candomblé: percurso da resistência no Sul da Bahia foi o tema do encontro do Seminário Novas Letras, que aconteceu nesta tarde de sexta-feira (27) na Sala Kátia Mattoso. O evento, organizado pela Fundação Pedro Calmon/SecultBA, reuniu o povo de santo e público interessado para debater sobre as religiões de matriz africana, sua relação com a cultura baiana e outros aspectos correlatos a contemporaneidade.

Compuseram a mesa o escritor e babalorixá Ruy Póvoas, símbolo da resistência do candomblé no Sul da Bahia, através da autoria de instrumentos críticos teórico e metodológico; Valéria Amim, autora da obra "Memória, feminino e candomblé: tessituras de permanência e de vida" e Maria Luiza Nora, Ruy Póvoas em "Da porteira para fora: mundo de preto em terra de branco" e Margarida Cordeiro Fahel sobre "O arquétipo da Grande Mãe: uma breve leitura a partir da obra de Ruy Povoas". 

Ruy Póvoas comentou a importância do feminino dentro do candomblé e citou mulheres que fizeram parte da história: "uma das grandes Ialorixás do passado de Ilhéus foi Percília Malu Monato, da nação de Angola. Ela chegou em Ilhéus ainda no começo da Segunda Guerra, e foi residir num bairro chamado Pontal. Era um lugar desprovido de assistência do Estado e ela era a grande mãe que socorria a população do seu entorno e, por isso, terminou sendo conhecida como a Mãe do Pontal."

Confira o poema da autoria de Ruy Póvoas, declamado por ele em homenagem a mulher: 

Sobre o escritor e babalorixá Ruy Póvoas - nasceu em Ilhéus, em 1943. Além de poeta, é Mestre em Letras Vernáculas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e integra a Academia de Letras de Ilhéus. Em seu currículo, consta a autoria das publicações Vocabulário da Paixão (1985) e A Linguagem do Candomblé (1996). Atualmente, é coordenador do Kàwé - Núcleo de Estudos Afro-Baiano Regionais da UESC e editor da revista Kàwé.