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Apesar de ter vivido ainda no período de escravidão no Brasil e levar uma vida relativamente confortável por sua posição social, Castro Alves foi capaz de compreender as dificuldades dos negros escravizados, destacando-se por seu entusiasmo pelas causas de liberdade e justiça e sua luta contra a escravidão, tornando-se conhecido como "O Poeta dos Escravos".
Em seus textos pode-se perceber tanto a poesia de caráter social como versos líricos-amorosos, com destaques para os poemas "Meu Segredo" (inspirado pela atriz Eugênia Câmara) e "Navio Negreiro" (o qual declamou em uma comemoração cívica contrariando os fazendeiros da época).
Conheça mais sobre o poeta na obra ABC de Castro Alves, de Jorge Amado, disponível no Setor de Empréstimo da Biblioteca Pública do Estado da Bahia. Os interessados podem solicitá-lo gratuitamente, mediante a cadastro prévio feito no próprio Setor no andar térreo.
O Setor de Empréstimo da Biblioteca Pública do Estado da Bahia funciona de segunda a sexta-feira, das 08h30 às 21h, e aos sábados, das 08h30 às 12h. Para fazer o cadastro é simples: basta ter mais de 13 anos e trazer um comprovante de residência e a carteira de identidade. Mais informações: (71) 3117-6021.
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ABC de Castro Alves - Jorge Amado
Neste ABC de Castro Alves, que define como uma "louvação", Jorge Amado mostra que sua relação com o "poeta dos escravos" não é apenas de admiração literária, mas de profunda identificação pessoal, tanto no plano estético como no político e ético.
O autor não se limita a reconstituir, com talento e imaginação de ficcionista, a vida pública e privada do retratado, mas busca também fazer reverberar a potência de sua poesia, cujos motivos centrais são o amor e a liberdade.
Jorge Amado nos mostra que há uma coerência entre a biografia do poeta e sua poesia. Seus amores intensos, sua ativa militância em prol da Abolição e da República, sua personalidade arrebatadora, tudo isso se traduz na veemência de seus versos.
Escrevendo em 1941, momento crítico da Segunda Guerra, quando o Brasil ainda não entrara no conflito, o autor chama a atenção para o caráter engajado e libertário de Castro Alves. Nesse contexto se explicam as diatribes de Jorge Amado, nas notas, contra Machado de Assis e Mário de Andrade, vistos por ele como artistas que se esquivaram da luta política.
Circunstâncias históricas à parte, ecoam nessas páginas as palavras mais calorosas do poeta que amou intensamente e conflagrou as ruas de Salvador, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo antes de morrer precocemente, aos 24 anos.
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