Divulgação. | Foto: Ana Clara Araújo |
No mês de dezembro, quando o
verão finalmente chega à Bahia, o Museu de Arte Moderna escolhe apresentar as
obras de seu acervo sob uma perspectiva climática, com a exposição É tropical, inclusive. A mostra faz
parte do programa A Sala do Diretor
e será aberta no dia 19 de dezembro, às 19h. A visitação segue até 18 de março,
de segunda a sexta-feira, das 14h às 18h.
O trópico é apenas uma linha, mas
o signo da tropicalidade continua como um inesgotável mistério a ser explorado.
Por isso, o MAM-BA escolheu visitar o seu acervo, guiado por uma leitura
alternativa da relação entre o nosso clima e o nosso jeito – a Tropicologia. O
termo nasce de uma observação do antropólogo pernambucano Gilberto Freyre,
sobre a necessidade de criação de um campo de pesquisa dedicado a estudar a
influência do clima tropical em nossa forma de viver.
É tropical, inclusive tem seu título emprestado do ensaio "Nordeste" –
publicado pelo antropólogo nos anos 1930 – e ocupa todo o casarão do MAM-BA com
25 obras de diferentes artistas, atuantes em um período da produção brasileira
que começa na década de 1920 e vai até o início do século 21.
Com trabalhos dos baianos Juraci
Dórea e Juarez Paraíso – idealizador das duas primeiras edições da Bienal da
Bahia, em 1966 e 1968 – a mostra apresenta também obras de Tomie Ohtake,
Tarsila do Amaral e Burle Marx. A experiência proposta pela exposição também marca
a abertura do primeiro andar do Casarão – principal espaço expositivo do museu
– após a primeira fase da reforma. Revertido em seu aspecto rústico original
para o início do processo de requalificação, o espaço será reaberto com uma
aparência semelhante à de 50 anos atrás, quando o MAM-BA foi implantado no
Solar do Unhão, sob a direção da arquiteta italiana Lina Bo Bardi.
Também estão presentes na
exposição trabalhos de Mestre Didi e Rubem Valentim, que se relacionam com
produções de J. Cunha – conhecido também pelo trabalho visual que desenvolve
com o bloco Ilê Aiyê –, além do artista paranaense Lênio Braga, que apresenta
uma obra produzida durante a 2ª Bienal da Bahia, em 1968, e de Flávio de
Carvalho, um dos grandes nomes da geração modernista brasileira.
Para o diretor do MAM-BA e
idealizador da mostra, Marcelo Rezende, o desafio está em enxergar as relações
do acervo e pensar uma tropicologia da produção artística. “Mais do que
representar uma iconografia ou determinadas escolhas estéticas, o resultado
proposto também busca representar uma lógica, uma maneira de lidar, de absorver
e jogar com a experiência tropical”.
Exposição É tropical, inclusive
Abertura: 19 de dezembro, às 19h
Visitação: Até 18 de março de 2014
Onde: Casarão do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA)
Quanto: Gratuito
Fonte: SecultBA
0 comentários:
Postar um comentário