A “Dica de Leitura” de hoje da
Biblioteca é uma singela homenagem ao professor Ubiratan Castro de Araújo, que nos
deixou na manhã desta quinta-feira (03). Licenciado em História, Bacharel em
Direito, Mestre em História pela Université Paris X-Nanterre e Doutor em
História pela Université Paris IV-Sorbonne, o Prof. Bira, como era
carinhosamente conhecido, deixa um legado de grande importância para a cultura
nacional.
Professor da Faculdade de
Filosofia e Ciências Humanas da UFBA e membro da cadeira 33 da Academia de Letras
da Bahia, Ubiratan era diretor geral da Fundação Pedro Calmon, instituição que
administra o Centro de Memória da Bahia, o Arquivo Público da Bahia e as
bibliotecas públicas do estado, entre elas a Biblioteca Pública do Estado da
Bahia. O Professor foi, ainda, um dos fundadores do Centro de Estudos Afro
Orientais (CEAO), presidente do Conselho para o Desenvolvimento das Comunidades
Negras de Salvador e diretor da Fundação Cultural Palmares, instituição
vinculada ao Ministério da Cultura.
Os livros indicados pela
Biblioteca podem ser encontrados nos Setores de Empréstimo e de Documentação
Baiana, sendo este exclusivo para consultas na Instituição. Confira a “Dica”:
Documentação Baiana
A Guerra da Bahia: uma narrativa histórica sobre o processo de
conflito social, econômico e racial que aconteceu em Salvador e no Recôncavo
entre os anos de 1820 e 1823. Reúne textos extraídos da tese de doutorado do
autor, e integra a série de publicações Capítulos, lançada pelo Centro de
Estudos Afro-Orientais da Universidade Federal da Bahia e reeditada pela
Fundação Gregório de Mattos com o objetivo de valorizar a importância da
participação popular negra na independência do Brasil.
Empréstimo
Histórias de Negro: O livro retrata, através de 12 contos, a vida e
costumes do povo negro na Bahia. Tem orelha do poeta José Carlos Limeira e
apresentação do historiador João José Reis, que destaca os personagens dos
contos como pessoas que a máquina do escravismo e do racismo tentou triturar
com maior ou menor intensidade, no entanto, não caíram em lamentações, e nem se
fizeram de vítimas. Não se deixaram vencer com facilidade. “São homens e
mulheres que reagem, negociam, resistem, atacam, se juntam solidários, às vezes
vencem, outras perdem, raramente desistem”, escreve João Reis.
Sete Histórias de Negros: O livro é uma coletânea de contos
que descrevem a vida de negros da cidade de Salvador. Ao todo, são sete contos,
e todos fazem parte da mundividência do autor. A leitura permite referendar o
trato pessoal dado pelo autor às histórias que lhe chegaram do convívio com os
de sua etnia, delimitando um estilo inconfundível e pouco comum no que se
refere à descrição do negro na literatura brasileira. Sete Histórias de
Negro foi planejado nos mínimos detalhes para situar-se à margem da literatura
nacional e, ao mesmo tempo, igualar-se a ela como uma literatura escrita por
negros e que fala de negros, apropriando-se com louvor da chamadaliteratura
afrobrasileira.
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