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Quinta-feira, 17 de maio. Há quatro anos, morria a escritora paulista Zélia Gattai, radicada na Bahia desde 1963. Esposa de Jorge Amado, ao lado de quem o baiano viveu até os seus últimos dias, Zélia foi a principal memorialista sobre a vida do escritor, narrando, através de seus livros, os acontecimentos vividos pela família.
17 de maio é, também, o Dia Internacional Contra a Homofobia, data escolhida lembrando a exclusão da homossexualidade da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionado com a Saúde (CID). No mundo inteiro, acontecem manifestações que pedem o fim da violência contra os homossexuais.
A Dica de Leitura de hoje é uma dobradinha marcada por esta data,
para quem quer conhecer melhor a obra da escritora Zélia Gattai ou deseja
aprofundar os conhecimentos sobre homossexualidade e homofobia. Veja alguns livros que
podem ser encontrados no Setor de Empréstimo da Biblioteca:
Anarquistas, graças a Deus – de Zélia Gattai
Publicado em 1979 e transformado
em minissérie da rede Globo em 1984, Anarquistas,
graças a Deus é o livro de estréia de Zélia Gattai e seu primeiro
grande sucesso.
Filha de anarquistas chegados de
Florença, por parte do pai Ernesto, e de católicos originários do Vêneto, da
parte da mãe Angelina, a escritora trazia no sangue o calor de seus livros.
Trinta e quatro anos depois de se casar com Jorge Amado, a sempre apaixonada
Zélia abandona a posição de coadjuvante no mundo literário e experimenta a
própria voz para contar a saga de sua família.
Um chapéu para viagem – de Zélia Gattai
A menina atrevida que conhecemos
nas páginas de "Anarquistas graças a Deus" cresceu e se casou com um
dos maiores escritores brasileiros. No período contado neste segundo livro
autobiográfico de Zélia Gattai, Jorge era também deputado federal pelo Partido
Comunista Brasileiro. Um chapéu para
viagem começa com o casal viajando para o Rio e termina com sua ida para a
Europa. Em cada uma das partidas, Zélia ganha um chapéu, para dar "um
toque chique, de mais importância". São histórias do fim dos anos 40,
período entre os dois governos Vargas.
A homofobia tem cura? O papel das igrejas na questão homoerótica – de
Bruce Hilton
Neste livro, o autor aborda
perguntas difíceis e críticas que os cristãos fazem sobre a controvertida
questão da homossexualidade, como:
- e se o verdadeiro pecado não
for a homossexualidade, mas a homofobia?
- o que fará a igreja diante das
cada vez mais numerosas provas científicas de que a orientação homoerótica não
é nem doença nem escolha?
- qual será a atitude das igrejas
diante da crescente percepção de que os homossexuais não são "eles",
mas "nós", inclusive leigos e clérigos devotos e dedicados - nossos
filhos, irmãs e irmãos, pessoas que rezam ao nosso lado na igreja?
Bom-Crioulo – de Adolfo Caminha
Publicado em 1895, Bom-crioulo é um dos primeiros romances
brasileiros a abordar abertamente o tema da homossexualidade. Ele foi recebido
com um escandalizado silêncio pela crítica literária e pelo público, devido à
ousadia de abordagem de temas tabu, como o sexo inter-racial e a
homossexualidade em ambiente militar, com uma frontalidade e erotismo pouco
usuais para a época.
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