Clarice Lispector / Imagem: Internet |
Há exatos
35 anos, morria Clarice Lispector, que completaria ontem 92 anos. De origem
judaica, a escritora nasceu na Ucrânia, batizada de Haia Pinkhasovna Lispector,
mas aos dois meses de idade veio morar com os pais e as duas irmãs mais velhas
no Brasil, onde foi registrada como Clarice Lispector.
Clarice
é um ícone da terceira fase do modernismo e uma das escritoras mais importantes
da Literatura Brasileira, com uma produção voltada à introspecção e ao
existencialismo. É autora de 34 livros e já teve obras adaptadas para o cinema,
como “A Hora da Estrela” (1985), de Suzana Amaral, e até um filme dedicado a
ela, o documentário ficcional “De Corpo Inteiro” (2009), dirigido por sua
sobrinha-neta, Nicole Algranti. Além de escritora, Clarice também foi
jornalista, tendo atuado como colunista nos jornais Correio da Manhã, Diário da
Noite e Jornal do Brasil.
A “Dica
de Leitura” de hoje homenageia a escritora, com alguns de seus livros que podem
ser encontrados no Setor de Empréstimo da Biblioteca, que funciona de segunda a
sexta-feira, das 08h30 às 21h; aos sábados, das 08h30 às 12h; e aos domingos,
das 10h às 16h. Confira:
A Via Crucis do Corpo – O livro é
composto por 13 contos sendo o assunto, segundo a própria autor, uma fresta no
cárcere social que mantém a mulher supostamente distante de seus desejos,
fardos e fantasias. Entre os temas que aborda, estão os delírios da alma
marcada pelas experiências da velhice, da morte, do desejo carnal e dos
momentos de fracasso.
A Paixão Segundo G.H. – Esta obra conta o pensar e o sentir de
G.H., a protagonista-narradora que despede a empregada doméstica e decide fazer
uma limpeza geral no quarto de serviço, que ela supõe imundo e repleto de
inutilidades. Após recuperar-se da frustração de ter encontrado um quarto limpo
e arrumado, G.H. depara-se com uma barata na porta do armário. Depois do susto,
ela esmaga o inseto e decide provar seu interior branco.
A Hora da Estrela – A história da nordestina Macabéa é contada
passo a passo pelo escritor Rodrigo S.M., alter-ego de Clarice Lispector, de um
modo que busca permitir aos leitores acompanhar o seu processo de criação. O
autor faz o relato da vida triste e sem perspectiva da alagoana Macabéa,
pontuada com as informações do 'Você sabia?' da rádio Relógio, sinistro
metrônomo a comandar o ritmo de seus últimos dias de vida. Para a cartomante
Carlota, a quem Macabéa procura em busca de um sopro de esperança, esses dias
derradeiros deveriam ser coroados com o casamento com um estrangeiro rico. Mas,
ironicamente, Macabéa termina sob as rodas de um automóvel de luxo
Mercedes-Benz.
Água Viva – O livro é escrito em forma de monólogo. A personagem
principal é uma solitária pintora que se lança em reflexões sobre o tempo, a
vida e a morte, os sonhos e visões, as flores, os estados da alma, a coragem e
o medo e, principalmente, a arte da criação, do saber usar as palavras num jogo
de sons e silêncios que se combinam.
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