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A abertura contou com a presença do secretário Estadual de Cultura, Albino Rubim, do Secretário Municipal de Reparação, Ailton Ferreira, de Arany Santana, diretora do Centro de Culturas Populares e Identitárias, de Ubiratan Castro, diretor da Fundação Pedro Calmon, Adalberto Santos, superintendente de Desenvolvimento Territorial da Cultura, e Mestre Felipe, representando a sociedade civil.
O secretário Municipal da Reparação, Ailton Ferreira, afirmou que "este encontro é muito para a agenda política do Movimento Negro da Bahia e está acontecendo num momento importante, de comemoração ao Ano Internacional Afrodescendente". Esta data, criada pela ONU, está sendo celebrada na Bahia com o Encontro Ibero-Americano do Ano Internacional dos Afrodescendentes – Afro XXI, que acontece de hoje ao dia 19 de novembro, no Centro de Convenções, reunindo representantes de diversos países e Chefes de Estado, entre eles, a presidente Dilma Roussef, e das comemorações ao Dia Nacional da Consciência Negra (20.11). Mas um dos pontos mais marcantes da abertura ficou a cargo de Ubiratan Castro, que fez o público de levantar e cantar junto “Um abraço negro”, reforçando a importância da solidariedade e respeito para esta cultura.
Para o secretário Albino Rubim, “a realização dessa Conferência Setorial e do próprio Centro de Culturas Populares e Identitárias são provas do reconhecimento da importância desta cultura e do interesse do Governo do Estado de criar, em parceria com as comunidades, políticas democráticas voltadas para a valorização e o desenvolvimento da cultura afrobrasileira”, afirma o secretário de Cultura da Bahia.
A conferência afro-brasileira teve seis eixos norteadores da discussão: Expressões Artísticas, Patrimônio e Memória, Pensamento e Leitura, Transversalidade da Cultura, Gestão da Cultura e das Redes Produtivas e Serviços Criativos.
Mediando o grupo de trabalho de Redes Produtivas e representando o Centro de Cultura Popular - CCP, Luciene Diamantine ressaltou que o encontro foi bastante produtivo devido à convergência existente nas representatividades. “Foi satisfatório e o objetivo de todos foi atendido. De acordo com as questões levantadas percebemos que a cultura afro-brasileira precisa de mais capacitação para um maior entendimento dos processos burocráticos, e isso terá como conseqüência a capacidade de gerar renda”, pontuou.
Publicação de editais voltados para o apoio as baianas de acarajé, samba de roda, capoeiristas e, em especial, aos templos de religiosidade de matriz africana, foram algumas das propostas aprovadas no GT Patrimônio e Memória. “Existem apoio às outras religiões no fomento de suas atividades, então, por que não devemos exigir apoio do Estado nas atividades realizadas pelos terreiros de candomblé? É necessária sim, a existência de ações por parte do governo que promova o apoio às atividades anuais das religiões de matriz africana”, ressaltou Marcelo do Movimento Tenho Fé que é formado por integrantes da religiosidade de matriz africana do município de Santo Antônio de Jesus e adjacências.
Já o Babalorixá, Benício Souza, do Terreiro Ogum Meji, localizado em Cachoeira, acredita que a conferencia setorial voltada para a comunidade afrodescendente é uma forma correta de reparar danos sofridos durante esses séculos e ressalta o diálogo como uma forma de entendimento. “Nem todo o povo de religião de matriz africana conhece edital ou tem acesso à internet. Hoje o diferencial deste encontro foi o planejamento em conversar com os interessados e quem realmente conhece a sua necessidade”, disse.
Ao final do encontro foram selecionados seis delegados que representarão as propostas para a cultura afro-brasileira na IV Conferência Estadual de Cultura. Entre os delegados, representantes das religiões de matriz africana e das comunidades remanescentes de quilombos.