Hoje tem a abertura da exposição "Capão, Memórias e Cores", do artista Salomão Zalcbergas, às 19h no Foyer da Biblioteca. Em uma conversa com a Biblioteca Viva, o artista comenta sobre o processo de criação, as cores e a magia do Capão:
Salomão Zalcbergas |
Biblioteca Viva - Quando começou o processo de observação no Capão?
Salomão Zalcbergas - Conheço o Capão há 30 anos. Desde então, começei a perceber as mudanças no Vale. Quando cheguei, não havia luz elétrica nem água encanada e hoje já tem. Venho observado todas essas evoluções e tentado registrá-las.
BV- Há quanto tempo você vem trabalhando nesse projeto?
Salomão - O trabalho com as telas é recente, mas venho trabalhando na pintura de casas e muros do Capão. Tento registrar a história da cidade através da pintura para guardar as lembranças dos antepassados.
BV - Como consegue revelar os personagens do Vale nas suas telas?
Salomão - Através da vivência. Não teria como fazer o trabalho se eu estivesse distante, registro somente com o olhar. Não sou acadêmico, meu estilo é caricatural e o importante para mim é a cor, a sintonia entre elas.
Obra: O Armazém |
BV - Tem preferência por alguma tela?
Salomão - O público tem suas preferências mas para mim é difícil. Cada obra é um desafio, uma verdadeira sabatina cromática. "O Armazém" foi um problema para harmonizar as cores, porque a cena em destaque acontece dentro da vila, que está abaixo. Tive que fazer uma fusão entre o chão e o céu e só ontem consegui terminar. Eu vou fazendo, os problemas vão surgindo e as soluções aparecendo.
BV - Quais são os projetos futuros?
Salomão - Amanhã viajo novamente ao Capão para participar da filmagem de Robert Studart, cinegrafista baiano que vive em São Paulo e é amante do Vale.
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